terça-feira, 31 de março de 2009

Pontuando alguns aspectos da C.F.2009

DIOCESE DE CRICIÚMA
PARÓQUIA N. S. DA SALETE
FEVEREIRO DE 2009 -


FRATERNIDADE E SEGURANÇA PÚBLICA
“A PAZ É FRUTO DA JUSTIÇA”





PONTUANDO ALGUNS ASPECTOS DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2009 E A CULTURA DA PAZ





Como seres históricos, somos inseridos e condicionados numa realidade com dimensões: social, política, cultural, econômica e religiosa. Fazemos parte de uma sociedade com organização e problemas próprios. Essa sociedade atua sobre nós e se não interagimos, positivamente, com ela corremos o risco da delinqüência ou da exclusão. Agir positivamente significa elaborar projetos sócio-transformadores e colocá-los em prática.
A nós compete exercer a cidadania, participar na construção do bem comum utilizando todos os meios legítimos que estiverem ao nosso alcance, assumindo a responsabilidade de contribuir para que a cultura do povo torne-se um caminho que conduza ao bem de todas as pessoas.
É possível se construir uma sociedade nova, livre, com gestos que criam estruturas solidárias e não excludentes, com a organização popular e através das lutas de libertação. A participação de todos na distribuição dos bens deve ter como critério fundamental a justiça pela qual seja a todos garantido o acesso a eles. “Hoje, o acúmulo de bens gera relações de poder e manipulação de pessoas, e o bem pessoal é tido como mais importante que o bem comum”. A sociedade tornou-se insegura, o conflito social se generalizou, instalou-se a lógica do ódio e da vingança materializando-se na pedagogia da violência, assumida pelo próprio Estado.
O conflito em si não é nocivo. Ele pode ser sadio quando para melhorar a vida das pessoas revela a necessidade de algo novo que supere contradições e visões reducionistas ou distorcidas da realidade. Todavia pode ser nocivo quando encarado de forma radical ou imatura, sem abertura para o diálogo torna-se fonte de violência e insegurança social.
A superação dos conflitos exige capacidade de diálogo; legitimidade de instâncias mediadoras; identificação do problema real; delimitação da questão; clareza de critérios de análise; distinção entre consenso e demanda; compromisso com as decisões tomadas; compromisso ético.
Para prevenir conflitos é necessário vivenciar a paz, como valor profundo, no íntimo de cada pessoa, pois só assim a paz poderá estender-se à família, a comunidade, a sociedade em geral. A cultura da paz se baseia nos pressupostos do respeito à vida e a sua dignidade; na prática da não-violência em todas as suas formas ( física, sexual, psicológica, econômica e social); na prática da generosidade para acabar com a exclusão, a injustiça e a opressão política e econômica; a defesa da liberdade de expressão e da diversidade cultural; a promoção do consumo responsável e de um desenvolvimento econômico que preze o equilíbrio no uso dos recursos naturais do planeta; a plena participação das mulheres na vida social e o respeito aos valores democráticos.
Nossa sociedade não tem como fundamento principal a pessoa humana, mas sim o poder econômico, segundo o qual tudo deve contribuir para o lucro. Até o medo que é um importante elemento para a preservação da vida humana se torna, necessariamente, uma fonte de lucro. A indústria do medo se impõe onde o Estado deixa de ser garantia de segurança. Então o medo vira interesse e passa a ser manipulado por grandes proprietários, empresários, banqueiros, mídia, políticos, traficantes e todos que não tem como explicar a origem do poder e da riqueza.
Uma sociedade quando fundamentada meramente em valores materiais cria a necessidade de conquistar por todos os meios, lícitos ou não o enriquecimento e o acesso a privilégios. E como se atribui pouco valor a pessoa humana, o pobre também é desvalorizado perante a lei e o sistema. São os desvalores de uma sociedade elitista, materialista consumista que também legisla a desigualdade penal (prisão especial, foro privilegiado, imunidade parlamentar estendida a crimes comuns) crimes contra a ética, a economia e a gestão pública que geralmente ficam impunes no País.
Faz-se necessário, portanto, garantir os direitos humanos, vencer a lógica da violência, assegurar e elevar a qualidade de vida, promover a igualdade, ampliar o espaço de cidadania, superar o medo, o ódio, a falta de respeito, a lógica da vingança, da hostilidade.
Só se tornarão visíveis os sinais de esperança a partir da tomada de consciência a respeito da dignidade humana e de seus direitos, que fundamentarão iniciativas solidárias e de transformação social sem o uso da violência, mas a partir dos mecanismos de uma sociedade democrática capaz de promover a transformação social.

A PAZ É FRUTO DA JUSTIÇA




Marlene K. Colombo
Coordenadora Paroquial dos Grupos de Famílias

Nenhum comentário:

Postar um comentário