terça-feira, 31 de março de 2009

1º INTERDIOCESANO - 14/09/2008

DIOCESE DE CRICIÚMA

1º INTERDIOCESANO - 14/09/2008

TEMA: GRUPOS DE FAMILIAS: “IGREJA COMUNHÃO NAS CASAS”
LEMA: “ABRAÇARAM A FÉ E VIVIAM UNIDOS”

O evento aconteceu nas dependências do SESC de Tubarão. Contou com a presença de aproximadamente 600 pessoas, vários sacerdotes, assessores e os bispos D. Murilo da Arquidiocese de Florianópolis, D. Jacinto da Diocese de Tubarão e Pe Wilson representante da Diocese de Criciúma.
As 8h40 as coordenadoras Diocesanas dos G.F. foram apresentadas: Rosa de Tubarão, Maria da Glória de Florianópolis e Glória Maria de Criciúma que deram Boas Vindas, recepcionando os participantes de suas respectivas Dioceses. Pe Nilo de Tubarão acolheu a todos carinhosamente, explicou como se realizariam os trabalhos do dia e forneceu outras orientações necessárias. Finalizou dizendo que “o que fazemos é muito bom para nos enriquecer e fortalecer na fé”.
Após a oração inicial representantes das Dioceses adentraram com símbolos significativos da caminhada dos G.F.(casa, cartazes, rede, colcha) e formaram um mapa.
Na seqüência, a leitura do Ato dos Apóstolos nos recordava a Igreja das casas:”Era uma comunidade de vida e amor: ninguém passava necessidade, havia partilha, respeito e aceitação era também uma comunidade eucarística e de oração: eram constantes na fração do pão e nas orações.”D. Jacinto se dirigiu a assembléia dizendo que apostava nos grupos de famílias como apóstolos missionários de Jesus Cristo. Rosa fez uma singela análise comparando a Arquidiocese de Florianópolis - a avó, a Diocese de Tubarão - a mãe e a Diocese de Criciúma, com apenas 10 anos, a neta.
Utilizando a metodologia do Ver- Julgar – Agir : Vimos Florianópolis apresentar o seu jeito de caminhar, sua evolução desde os círculos bíblicos até os atuais Grupos Bíblicos em famílias. Enquanto o narrador expunha passos da caminhada os símbolos da mesma eram apresentados e o fortalecimento da comunidade, o despertar de novas lideranças, o envolvimento social, a inclusão dos migrantes, foram pontuados como frutos dos grupos de famílias. Foi um bonito momento onde partilharam sua vida, sua missão evangelizadora e apostólica e finalizaram com um bonito canto que coroou sua apresentação. Tubarão apresentou a sua realidade destacando seu início nos grupos de reflexão, seus hoje 1.800 G.F. e a percepção de que se fortalecem cada vez mais no dia-dia. Sua pratica mais freqüente são os encontros da quaresma, advento e tempo comum, porém, algumas paróquias promovem encontros mensais com estudos, orações e a prática da fraternidade. Criciúma explanou sobre o fazer dos G.F. na sua Diocese e sua dinâmica de trabalho. Evidenciou o desejo dos mesmos de se parecerem cada vez mais com a Igreja dos primeiros tempos do Cristianismo, dedicados à palavra, ao testemunho, e a missão. Concluíram dizendo que o melhor aprendizado acontece na experiência e na vida das casas que vivem a fé. Os cânticos eram muito bonitos e conduziam à assembléia a interiorização e ao desejo de comunhão com Deus e os outros. Pe Domingos então sugeriu que frente ao que foi visto, após um bate-papo de 5 minutos, o povo se manifestasse respondendo a seguinte pergunta: Que Igreja e que expressão de fé estamos percebendo na Igreja atual? Foram citadas algumas práticas entre elas como envolver os jovens, atendimento aos doentes, chegar aos excluídos.
Pe Domingos deu início ao momento do julgar fazendo uma análise da ficha de inscrição e comentou alguns dados significativos que nos dão uma visão aproximada do tipo de Igreja que somos. Exemplificando: 74% mulheres, 24% homens, 68% entre 41 e 60 anos, 4,2% com mais de 70 anos, 0,5% jovens, 57% com menos de 10 anos nos G.F., na sua maioria aposentados(as), do lar e agricultores(as). Quanto aos pontos de atuação percebeu-se uma Igreja concentrada para dentro (liturgia, ministros, catequese) com pouca atuação social (Igreja para fora). Pe Domingos nos fez refletir que Igreja para fora é um conceito novo para nós é fruto do Concílio Vaticano II “esse novo jeito de ser Igreja”, (reafirmado no Documento de Aparecida) que passou pelo movimento bíblico; pela centralização em organizações e equipes (e não nos padres); pelo ensaio de Igreja do encontro, nas casas; na preocupação com a formação de leigos e leigas; na aceitação e utilização de uma nova linguagem (símbolos, teatro); novos ministérios (coordenadores, articuladores, assessores); num método participativo para as decisões; na prática de gestos concretos, de confraternização; na promoção humana; na fé que se transforma em vida; no processo inclusivo (“não pode” não faz parte do grupo); na igreja da comunhão da participação, da sintonia; no protagonismo dos leigos; no sem medo dos desafios; na Igreja do livreto (construção do povo) .
Foi anunciado 10 minutos de intervalo para lanche e alguns avisos foram dados: Livros e impressos para venda-Missão Jovem foram disponibilizados; Pe Marcos filmava o encontro; relatores dos Boletins da Diocese se faziam presentes; Poesia da irmã Herta estava sendo distribuída.
Retornando aos trabalhos Pe Vitor assessor arquidiocesano de Florianópolis retomou falando de Jesus e sua metodologia: trabalhar com as multidões e as minorias. Repassou pontos fundamentais da Dimensão Eclesiológica dos G.F. alicerçados no C. V. II e no D.A. Falou da necessidade de recomeçar a trabalhar nas bases – nos pequenos grupos – fazendo o movimento para fora. Na formação das Redes de Comunidades, círculos bíblicos. No anúncio do evangelho. Na cidadania batismal- Igreja carismática – ministerial. Na confiança de que “Se há carências, o Espírito Santo não vai deixar faltar carismas para supri-las”. No retorno as fontes históricas, Novo Testamento, Atos dos Apóstolos, no fazer de Jesus. Recomendou que buscássemos na Bíblia a palavra casa para percebermos como ela é forte e quantas vezes é repetida no Novo Testamento ( lembrou que as igrejas construídas só surgiram nos anos 200.). Afirmou a necessidade de se resgatar, recuperar a 1ª Igreja, aquela das casas ; o jeito de fazer de Jesus; a prática do povo que caminha com o povo: a Igreja que não fica indiferente ao sofrimento do irmão, que exercita a prática da cidadania. Pe Egídio assessor da Diocese de Criciúma deu continuidade as reflexões abordando mais especificamente a trajetória dos G.F. em consonância com o C.V.II – Puebla e D.A. reafirmando o modelo da Santíssima Trindade, a necessidade de assumir a missão de evangelizar (colocar-se a serviço), a riqueza da diversidade de ministérios – todos com a mesma importância. Falou dos G.F. como lugar de formar pessoas na consciência crítica, de surgimento de novas lideranças, de organização, de reunião em torno da palavra, da prática da partilha, da igreja popular –na e da base, que assume os pobres e os excluídos, dos inculturados, dos que tem a função de organizar o povo disperso a viver em comunidade, o povo batizado em missão construindo o novo jeito de ser Igreja. Formulou o seguinte questionamento para ser cochichado por cinco minutos: O que está bem e o que poderia ser melhor? O povo se manifestou demonstrando sua angústia de como motivar as pessoas, da falta de entusiasmo e participação de alguns padres, da ausência dos jovens...Pe Vitor concluiu dizendo que devemos ter paciência, melhorar o nosso fazer, nosso encantamento,alegria,prazer,atração, fascínio, ternura. E trilhar o caminho com tranqüilidade, não deixando de sonhar que é possível fazer o novo acontecer, pois afinal são apenas 40 anos de movimento retomando esse novo jeito de ser Igreja: fermento, rede, pequenos grupos, Igreja que vai, nas casas, na base. Pe Egídio complementou que há necessidade de falar mais dos Grupos de Famílias, dar testemunho de que acreditamos neles, acreditamos que a Palavra forma comunidade
(neles todos tem vez e voz), e que é preciso sair deles e ir adiante, ser missionários (não fechá-los em compartimentos estanques).
Depois do Baião das comunidades houve o recesso para o almoço. Após o almoço aconteceu o momento de descontração com a animação do Grupo de Forquilhinhas.
Neusa de Criciúma retomou os trabalhos recordando ações necessárias (Agir), sugeriu que as pessoas contribuíssem para construção dos roteiros, que criassem hinos a exemplo de Florianópolis, que dessem atenção especial ao compromisso social, a linguagem atualizada e contextualizada, a valorização das pessoas, a relação fé e vida, ao uso dos símbolos que traduzam o nosso jeito de ser Igreja, a formação dos membros dos grupos, entender os G.F. como escola e legitimar a ação dos mesmos nos espaços sociais, multiplicar o modelo de Igrejas nas casas. Pe Wilson focalizou a dimensão missionária, o ir ao encontro dos desanimados, deslocados, afastados; resgatar os valores da família, da unidade, fidelidade, presença, harmonia, oração; intensificar o uso da Bíblia nos nossos grupos (estudar, refletir para agir), multiplicar os grupos; criar horários alternativos com material provocativo para os jovens; aprofundar a dimensão social; atuar no mundo urbano (condomínios); partilhar experiências bem sucedidas; ser presença viva entre os excluídos; divulgar mais os Grupos de Famílias; não discriminar os que dizem não. Lançou à assembléia a seguinte pergunta: que sugestões no agir podemos ofertar para uma vitalidade maior dos nossos Grupos de Famílias? Após 5 minutos de cochicho aconteceu novamente o movimento da fila do povo com as seguintes contribuições; que o carinho, a atenção são essenciais para cativar ( distribuir Bíblias, lembrancinhas, ). Que é importante expandir o número de participantes; a conscientização de que Igreja somos todos nós e não precisamos ficar sempre dependentes do padre e da sua presença; da necessidade de reforçar a idéia de que a educação da fé também começa na família; que os G.F. devem encaminhar as pessoas com necessidades para os setores de Pastoral correspondentes quando precisarem ( da criança, da saúde, social ); melhorar a acolhida; utilizar a bíblia nos encontros; utilizar os subsídios dos G.F. na catequese; resgatar o sentido do encontro, oração, reflexão, ação e confraternização; abrir espaço para os jovens e convencer os padres a abraçarem efetivamente a causa dos Grupos de Famílias. Neusa novamente fez uso da palavra dizendo que seria produzido e reproduzido um material sobre o evento. Pe Wilson falou da importância de valorizar a pessoa, conhecer sua realidade e valorizar sua participação. “È o encontro pessoal com Jesus que nos faz colocar a semente na terra”.
D. Murilo fez uso da palavra dizendo que sem desmerecer as grandes celebrações a Igreja deve ser cada vez mais vivida em pequenas comunidades. Por isso a Arquidiocese de Florianópolis abraçou a idéia de se reproduzirem Igrejas domésticas e concluiu dizendo que este é um desafio que vale a pena. Que devemos levar esta motivação a todas as dioceses garantindo a presença de Cristo no meio de nós. Em seguida a Diocese de Criciúma e o Grupo de cantores da Paróquia Santa Bárbara foi convidada a organizar a celebração final.
A missa foi muito bonita e a homilia de D. Jacinto reafirmou que a bíblia deve se tornar a alma do nosso fazer. Que toda a nossa pastoral deve andar por aí tendo a bíblia como suporte e referência. Lembrou que o exemplo da Arquidiocese de Florianópolis nos indica o caminho a seguir com a terminologia adotada “GRUPOS BÍBLICOS EM FAMÍLIAS”. Finalizou dizendo: “que bonita coincidência este encontro na Festa da Exaltação da Santa Cruz, vivendo numa cultura pós-moderna, que descarta a cruz nós a exaltamos. Porque temos consciência de que a cruz é essencial e que sem cruz não há real felicidade. Exaltar a cruz, abraçar a cruz tem a ver com a dor do parto, com a realidade dos G.F.; a cultura do individualismo atual constitui uma cruz; reunir famílias para refletir, orar também é cruz; ir além das orações prontas é outra cruz; mas exaltar a cruz que temos que levar é procedimento de um discípulo de Cristo”.
Pe Nilo fez os agradecimentos finais e nos retiramos mais convencidos de que tudo começa nos Grupos de Famílias. Vivenciamos momentos de reflexão que indicaram caminhos de como melhorar o nosso fazer, da necessidade de se viver valores, de se educar no amor, na partilha, na justiça no perdão.



Marlene Kubaski Colombo
Coordenadora Paroquial dos Grupos de Famílias
Paróquia N. S. da Salete


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